Wepink Sob Investigação: MP-GO Ajuíza Ação Contra Empresa de Cosméticos
A Wepink, empresa de cosméticos fundada e administrada por Virginia Fonseca, está sendo alvo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). A iniciativa visa obter uma indenização de R$ 5 milhões, alegando práticas abusivas contra clientes.
Em um curto período, a empresa acumulou um grande volume de reclamações. Segundo dados da plataforma Reclame Aqui, foram registradas mais de 120 mil reclamações até maio de 2024, com 90 mil delas ocorrendo apenas naquele mês. Adicionalmente, 340 denúncias formais foram protocoladas no Procon Goiás entre 2024 e 2025.
As principais queixas incluem atrasos na entrega de produtos, dificuldades no processo de reembolso, ocorrência de produtos com defeito, atendimento ao cliente considerado deficiente e a exclusão de críticas de consumidores nas redes sociais.
Informações adicionais surgiram após declarações de Thiago Stabile, um dos sócios da empresa, que teria admitido publicamente a falta de estoque suficiente para atender à demanda.
O que acusa o Ministério Público?
A ação civil pública, movida pelo MP-GO, acusa a Wepink de oferecer e comercializar produtos ou serviços com cláusulas abusivas, descumprimento de direitos básicos do consumidor e publicidade enganosa. As acusações incluem:
- Induzir consumidores ao erro por meio de campanhas com promessas sem comprovação científica.
- Utilizar cláusulas abusivas em contratos de assinatura e venda.
- Omitir informações sobre preços, política de cancelamento e reembolso.
- Dificultar o exercício do direito de arrependimento, conforme o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
- Censurar críticas nas redes sociais, apagando comentários negativos de clientes.
O MP-GO solicita a condenação da empresa ao pagamento de uma indenização geral de R$ 5 milhões, com caráter punitivo e educativo, além da obrigação de reparar danos individuais e de ajustar suas práticas comerciais. O órgão também requer a suspensão imediata das práticas consideradas abusivas, a implementação de um canal de atendimento humano com resposta em até 24 horas e a devolução de valores pagos a consumidores prejudicados.
Caso as ordens não sejam cumpridas, o MP-GO solicita a aplicação de multa diária de R$ 1.000.
O modelo de negócio da Wepink se concentra na captação de clientes por meio de redes sociais e promessas de ganhos ou resultados estéticos, utilizando assinaturas recorrentes ou taxas ocultas, o que levanta preocupações sobre a boa-fé e o direito à informação.
Virginia Fonseca: A Fundadora
Virginia Fonseca é uma das maiores influenciadoras digitais do Brasil, com mais de 50 milhões de seguidores no Instagram. Além da Wepink, ela é sócia em outros negócios de beleza e mídia.
Em maio deste ano, Virginia Fonseca prestou depoimento à CPI das Apostas Esportivas (CPI das Bets) no Congresso Nacional, após promover casas de apostas sem menção a contratos de publicidade, o que gerou debates sobre responsabilidade digital e transparência publicitária.
Recentemente, a influenciadora ganhou destaque devido a especulações sobre seu relacionamento pessoal, envolvendo o jogador Vini Jr., do Real Madrid.