Um fenômeno de “manada” tem sido observado no mercado de ações, com diversas empresas deixando a B3. Recentemente, uma das companhias mais antigas do país, Wilson Sons (PORT3), anunciou sua saída da bolsa.
Leilão de Aquisição de Ações
Na quinta-feira, 23, foi realizado um leilão para a oferta pública de aquisição de ações da Wilson Sons, liderada pela MSC, gigante de navegação. A empresa adquiriu um total de 130 milhões de ações, pagando R$ 18,53 por ação.
Histórico da Wilson Sons
Fundada em 1837 em Salvador, Bahia, pelos irmãos escoceses Edward e Fleetwood Pellew Wilson, a Wilson Sons iniciou suas atividades como uma empresa de serviços marítimos e apoio portuário. Inicialmente, a empresa focava na reparação de navios, construção naval e serviços logísticos, cruciais para o desenvolvimento do comércio marítimo brasileiro no século XIX.
Ao longo do tempo, a Wilson Sons expandiu suas operações para diversos portos do país, acompanhando o crescimento do comércio internacional e da infraestrutura portuária nacional. Em 1878, a companhia unificou suas operações na Bahia, Pernambuco e no Rio de Janeiro, com a autorização do imperador Pedro II.
Em 1907, a Ocean Coal foi incorporada à Wilson Sons & C. Limited, em meio à expansão das locomotivas e da navegação a vapor. Posteriormente, na década de 1950, a empresa foi adquirida pelo banqueiro inglês Walter Salomon.
Atuação Atual da Wilson Sons
Atualmente, a Wilson Sons é uma das principais empresas brasileiras em serviços portuários, marítimos e logísticos. Suas operações incluem dois terminais de contêineres (Tecon Salvador e Tecon Rio Grande), uma frota de mais de 80 rebocadores, um estaleiro próprio em Guarujá (SP) e serviços de apoio offshore, logística, agenciamento marítimo e terminais de carga.
Entrada e Reestruturação na B3
A Wilson Sons chegou à B3 em 2007. Essa listagem fez parte de uma reorganização societária do grupo, com o controle mantido pela Ocean Wilsons Holdings Limited, sediada nas Bermudas e listada na Bolsa de Londres desde o século XIX. O IPO de 2007 formalizou a entrada da Wilson Sons no mercado de capitais brasileiro, visando fortalecer o financiamento de projetos de expansão, especialmente nos segmentos de terminais portuários, rebocagem e apoio offshore.
Em 2021, a empresa realizou uma reestruturação societária, convertendo as ações anteriormente negociadas por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) em ações ordinárias listadas diretamente na B3, com o ticker PORT3. Essa medida simplificou a estrutura e aumentou a liquidez do papel.
Desde então, o papel apresentou uma valorização de 60%.
