XP lança cobertura com potencial de 55% para Neoenergia e outras empresas do setor elétrico

Neoenergia enfrenta momento crucial com preço-alvo de R$ 42,60, podendo valorizar 55%, aponta a XP.

14/10/2025 11:44

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XP lança cobertura com potencial de 55% para Neoenergia e outras empresas do setor elétrico
(Imagem de reprodução da internet).

XP Investimentos Atualiza Cobertura de Utilities Brasileiros

A XP Investimentos divulgou uma atualização em sua cobertura das empresas do setor de utilities no Brasil. A recomendação é de compra para três empresas: Neoenergia (NEOE3), CPFL Energia (CPFE3) e Light (LIGT3). A análise destaca o setor como historicamente atrativo, devido a fatores como taxas reais elevadas, ambiente regulatório estável, déficit de investimentos em infraestrutura, proteção contra inflação e baixa sensibilidade a ciclos econômicos.

O setor de utilities no Brasil oferece oportunidades de investimento sistemáticas, mesmo sem gatilhos específicos. A XP Investimentos reforça sua cobertura no setor com ações como Equatorial Energia (EQTL3), Engie Brasil (ENGI3), Orizon (ORVR3), Sabesp (SBSP3), Eletrobras (ELET3), Light (LIGT3) e Copasa (CSMG3).

Neoenergia (NEOE3)

A XP Investimentos considera que a Neoenergia atravessa um momento estratégico decisivo. A venda da participação da Previ para a Iberdrola levanta dúvidas sobre o futuro da companhia, seja permanecendo listada ou passando por um processo de deslistagem. A Iberdrola poderia considerar uma oferta pública de aquisição (OPA) para minoritários, alinhando-se à estratégia global de expandir sua exposição a redes de forma agregadora e com valuation atrativo.

Se permanecer listada, a XP avalia que a Neoenergia negocia com um retorno interno real (IRR) atraente, beneficiada por fatores como longa duração, alta exposição a dívida indexada à Selic e alavancagem em queda. Esses elementos poderiam, no futuro, transformar a empresa em pagadora consistente de dividendos. Caso o mercado descarte a possibilidade de OPA, poderiam surgir oportunidades de compra em momentos de fraqueza.

CPFL Energia (CPFE3)

A XP considera a tese de investimento da CPFL como uma combinação saudável entre retorno e crescimento, embora com menor apetite para novos projetos relevantes. A companhia oferece uma TIR real atraente, apoiada em um portfólio de distribuição e hidrelétricas de qualidade, além de ativos de transmissão que mitigam tendências operacionais desafiadoras em sua área de renováveis.

Entre os gatilhos de curto prazo estão: Ajuste tarifário da CPFL Paulista relacionado a um recebível de cerca de R$ 4,7 bilhões, referente a um PPA de autoprestação vencido judicialmente; Possível decisão favorável do Supremo Tribunal Federal sobre a “tese do século” do PIS/COFINS, que poderia gerar aproximadamente R$ 2 bilhões adicionais; Juntos, os valores líquidos equivalem à cerca de 10% da capitalização de mercado da CPFL.

Light (LIGT3)

A XP avalia que a Light continua sendo um investimento de alto risco, mas com potencial de recompensas significativas. A empresa ainda depende da renovação da concessão da distribuidora, que deve viabilizar conversões de dívida em ações e aumento de capital, permitindo que o negócio alcance equilíbrio na geração de caixa.

Três fatores podem reavaliar a companhia: O fim de um PPA oneroso com a termelétrica Norte Fluminense, que deve reduzir o déficit de perdas de R$ 1,2 bilhão para R$ 0,9 bilhão; O ajuste tarifário previsto para o próximo ano, que reinclui a geração distribuída e pode reduzir perdas em cerca de R$ 200 milhões; E uma possível mudança metodológica da Aneel para áreas de alto risco, que também poderia reduzir aproximadamente R$ 200 milhões em perdas recorrentes.

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