A XP divulgou um relatório que delineia as principais tendências que devem influenciar as decisões de investimento até 2026. O documento destaca a importância de considerar fatores macroeconômicos e geopolíticos, mas também aponta para transformações estruturais relacionadas à transição energética e ao crescimento dos investimentos ESG como oportunidades significativas.
Data Centers e Energia Limpa
A expansão dos data centers de alto desempenho, impulsionada pela inteligência artificial, está gerando uma busca por fontes de energia limpa. O relatório identifica a energia nuclear como uma alternativa estável e de baixa emissão de carbono, especialmente em mercados emergentes como o Brasil, que possui uma matriz energética majoritariamente renovável.
A XP prevê parcerias mais estreitas entre empresas e o setor nuclear, além de novos projetos de data centers em regiões com abundância de energia limpa, embora reconheça os riscos de execução devido a lacunas na infraestrutura.
Minerais Críticos e Cadeias de Suprimentos
Com a pressão global por descarbonização, a demanda por minerais críticos e elementos de terras raras se tornou essencial para a transição energética. A concentração da produção na China e os riscos geopolíticos expõem vulnerabilidades nas cadeias de suprimentos.
O Brasil emerge como um potencial fornecedor estratégico, apesar dos desafios relacionados a financiamento, regulamentação e reputação. A XP acredita que o tema ganhará maior destaque entre investidores e empresas em 2026.
Baterias para a Estabilidade da Rede Elétrica
Sistemas de armazenamento de energia em baterias (BESS) estão se tornando cruciais para a estabilidade da rede elétrica, especialmente com o aumento das fontes renováveis. A XP projeta um crescimento contínuo nas instalações de BESS, incluindo no Brasil, impulsionado por incentivos regulatórios, redução de custos e avanços tecnológicos.
A empresa prevê que o país acelerará investimentos através de medidas como a Medida Provisória 1.304 e leilões de armazenamento.
Mercado de Carbono e Transparência ESG
O mercado voluntário de carbono está em processo de amadurecimento, com foco em metodologias robustas e maior exigência dos compradores. Paralelamente, os mercados regulados se fortalecem globalmente. No Brasil, avança a construção do sistema regulado, com definições de governança e um roteiro regulatório detalhado.
A demanda por informações ESG mais consistentes e comparáveis está crescendo, impulsionada por exigências regulatórias e escrutínio de investidores. A XP espera que 2026 marque uma nova fase nas regras de divulgação, com foco na implementação e preparação das empresas, além de avanços nas taxonomias nacionais, influenciando a alocação de capital.
