Zelensky reconhece, pela primeira vez, que a Ucrânia pode renunciar a territórios em um acordo de paz com a Rússia

A alteração na posição sinaliza uma semana crucial para um acordo de paz, com chefes de Estado europeus fortalecendo o apoio à Ucrânia em Washington.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, indicou, pela primeira vez, uma flexibilização em sua posição de negociação. Desta forma, o acordo de paz com a Rússia pode ter como ponto de partida uma possível troca territorial.

A sinalização contrasta com a posição anterior de Kiev, que se mantinha inflexível em relação à recuperação de todos os territórios que Moscou invadiu e anexou ilegalmente.

A declaração de Zelensky, contudo, ocorre após o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, na última sexta-feira (15).

Reconstruindo as fronteiras entre Rússia e Ucrânia

A mídia internacional relata que Putin condicionou o fim do conflito ao garantir o controle das regiões de Donetsk e Luhansk. Em contrapartida, Moscou renunciaria a outros territórios sob o domínio de suas forças. A Rússia já detém cerca de um quinto da Ucrânia, incluindo aproximadamente três quartos da província de Donetsk.

Analistas propõem que um acordo poderia incluir a cessão integral de Donetsk e região da Ucrânia em troca da devolução de áreas periféricas de Sumy e Kharkiv, que são vistas como menos estratégicas.

Apesar da abertura para negociações, Zelensky reiterou a necessidade de um cessar-fogo temporário para que a Ucrânia possa analisar as exigências russas sem a pressão dos ataques. O presidente ucraniano enfatizou que “Putin não quer interromper o massacre, mas deve fazê-lo”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, reiterou que ninguém alterará as fronteiras internacionais à força. Para ela, qualquer decisão sobre o território pertence exclusivamente à Ucrânia, reafirmando o apoio contínuo da Europa ao país.

Presidentes da União Europeia se juntam a Zelensky em Washington

Vários líderes europeus e da OTAN acompanham o presidente Volodymyr Zelensky em Washington nesta segunda-feira (18) para o encontro com o presidente Donald Trump, em um gesto de apoio e união.

A delegação compreenderá o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o presidente da França, Emmanuel Macron, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.

A liderança visa assegurar que a reunião ocorra de maneira produtiva e que a Ucrânia não concorde com um acordo desvantajoso sob pressão. O governo britânico afirmou que seu apoio à Ucrânia permanecerá “enquanto for necessário”.

As discussões devem tratar da viabilidade de assegurar a segurança da Ucrânia, com a União Europeia disposta a colaborar. Os chefes de Estado europeus concordam que Zelensky terá um papel fundamental em qualquer negociação de paz.

Com informações da Associated Press e Broadcast.

Fonte por: Seu Dinheiro

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