Estrela Verde sob questionamento: Michelin nega desaparecimento do selo

Guia Michelin e o Futuro das Estrelas Verdes: Uma Análise

Em 2026, o prestigiado Guia Michelin completa 100 anos de seu sistema de classificação, conhecido por elevar os padrões da gastronomia mundial. Desde sua criação em 2020, com a introdução das Estrelas Verdes, o guia reconheceu mais de 500 chefs pioneiros que lideram práticas inovadoras em sustentabilidade.

No entanto, recentes acontecimentos têm gerado questionamentos sobre a relevância e a exposição do selo, com mudanças nos anúncios e no portal do guia.

A movimentação começou com a ausência das Estrelas Verdes nos filtros de busca do portal do Guia Michelin, apesar da categoria continuar existindo. Adicionalmente, na edição suíça da premiação, o anúncio relegou o reconhecimento ambiental ao início da cerimônia, sem menção aos seis restaurantes laureados com as Estrelas Verdes.

Da mesma forma, na edição de Abu Dhabi, os principais vencedores foram listados, mas sem qualquer referência ao selo.

Nicholas Gill, jornalista especializado em gastronomia, observou que a falta de transparência na avaliação das práticas sustentáveis levanta dúvidas sobre a validade do reconhecimento. Ele argumenta que, com base em relatórios vagos e buzzwords, os restaurantes poderiam obter as Estrelas Verdes apenas por publicarem declarações ambíguas sobre sustentabilidade, sem que os inspetores tenham a capacidade de verificar a execução real das práticas.

Apesar das mudanças na exposição do selo, a organização do Guia Michelin reafirma seu compromisso com o reconhecimento sustentável através da Estrela Verde, considerando-a um “reconhecimento complementar” às Estrelas Vermelhas. A organização afirma que a Estrela Verde continua existindo, e que o guia está comprometido em promover uma comunidade de chefs dedicados e alinhados com os desafios da gastronomia do futuro.