Vinhos do Leste Europeu: Novas Terras e Sabores Surpreendem o Mundo

Descubra os novos horizontes do vinho europeu! Geórgia, Hungria, Romênia, Moldávia e Eslovênia revelam vinhos autênticos com técnicas ancestrais e terroir único. Explore qvevrís, Tokaji e vinhos biodinâmicos

25/11/2025 8:21

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(Imagem de reprodução da internet).

Um Novo Horizonte no Vinho Europeu

Por décadas, o mapa do vinho europeu foi dominado por um pequeno grupo de regiões: França, Itália e Espanha. No entanto, um novo território está ganhando destaque: o leste europeu. Geórgia, Hungria, Moldávia, Romênia e Eslovênia oferecem uma rica história, técnicas ancestrais e vinhos que desafiam as expectativas.

Essas regiões compartilham um clima continental, castas autóctones e uma paixão por preservar o passado ao lado do presente.

Experiências Únicas e Pouco Exploradas

Da vinificação em qvevri da Geórgia, com suas ânforas de barro milenares, às adegas subterrâneas da Moldávia, a região oferece experiências únicas e ainda pouco exploradas. Países que produziram vinho antes da França existir como nação, agora começam a ocupar espaço nas prateleiras e nas rotas de enoturismo do Ocidente.

Para entender essa nova onda, conversamos com dois sommeliers: Fernando Moreira, da Santo Vino, e Túlio Mentes, do Miles Wine & Jazz Bar.

Autenticidade e Expressão de Terroir

Segundo os especialistas, o que define a alma dos vinhos do leste europeu é a sua identidade. Fernando Moreira, da Santo Vino, destaca: “A região se destaca pela autenticidade regional, com variedades locais expressivas, técnicas ancestrais e uma rusticidade controlada que valoriza o caráter e a originalidade em vez da padronização”.

Túlio Mendes, do Miles Wine & Jazz Bar, complementa: “São vinhos de alta acidez natural, estrutura firme, textura viva e caráter terroso, muitas vezes com toques oxidativos e aromas de frutas silvestres e ervas. Para mim, mostram mais autenticidade e expressão de terroir”.

Clima e Técnicas Ancestrais

O clima continental, com verões quentes e noites frias, proporciona amplitude térmica ideal para a maturação das uvas. Isso resulta em vinhos equilibrados, estruturados e frescos. As técnicas ancestrais, como a fermentação em qvevri, a maceração longa e o uso de leveduras indígenas, são preservadas com orgulho.

Produtores contemporâneos combinam essas técnicas tradicionais com novas tecnologias, como controle de temperatura, cubas de inox e micro-oxigenação, garantindo refinamento técnico e estabilidade.

Um Roteiro pelos Vinhos da Região

Geórgia: Pheasant’s Tears, Château Mukhrani e Teliani Valley. Em Kakheti, a maior região produtora de vinho da Geórgia, o enoturismo é uma imersão cultural. A Pheasant’s Tears, em Sighnaghi, foca na vinificação em qvevri e oferece degustações no próprio restaurante.

O tour ainda inclui a chacha, uma aguardente local. Hungria: Royal Tokaji e Oremus. A Royal Tokaji foi decisiva na revitalização da região após o período socialista. Produz vinhos a partir de parcelas históricas e trabalha tanto com os brancos secos de Furmint quanto com os Tokaji doces.

Moldávia: Cricova Winery, Purcari Winery e IMPERIAL-VIN. A Cricova Winery, classificada como Patrimônio Cultural Nacional, possui um complexo subterrâneo de 120 quilômetros. A Purcari Winery combina vinhedos e hospedagem. Romênia: Jidvei e Domeniile Recaș.

A Jidvei convida o visitante a uma viagem pela história. A Domeniile Recaș é um retrato da nova Romênia vitivinícola. Eslovênia: Movia Wines. Na fronteira com a Itália, o vale de Goriška Brda combina vinhedos inclinados, pequenas aldeias e uma das expressões mais refinadas do vinho biodinâmico europeu.

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